terça-feira, janeiro 30

MÚSICA ESPECIAL PRO AMOR DA MINHA VIDA

I'll Be There
(Jacksons 5)

You and I must make a pact
We must bring salvation back
Where there is love
I'll be there
I'll reach out my hand to you
I'll have faith in all you do
Just call my name
And I'll be there
And oh, I'll be there to comfort you
Build my world of dreams around you
I'm so glad that I found you
I'll be there with a love that's strong
I'll be your strength, I'll keep holding on
Let me fill your heart with joy and laughter
Togetherness is all I'm after
Whenever you need me
I'll be there
I'll be there to protect you
With an unselfish love I'll respect you
Just call my name
And I'll be there
I'll be there to comfort you
Build my world of dreams around you
I'm so glad I found you baby
I'll be there with a love so strong
I'll be your strength, you wanna keep holding on
If you should ever find someone new
I know she'd better be good to you
'Cos if she doesn't
Then I'll be there
I'll be there
I'll be there
Just call my name
And I'll be there
I'll be there
I'll be there
Just call my name
And I'll be there
Just look over your shoulder
Just call my name
And I'll be there...



Eu Estarei Aí
(Jacksons 5)


Você e eu devemos fazer um pacto
Devemos trazer a salvação de volta
Onde há amor
Eu estarei perto
Eu estenderei minha mão para você
Eu terei fé em tudo que você fizer
Basta chamar meu nome
E eu estarei aí
E oh, eu estarei aí para te confortar
Construir meu mundo de sonho ao seu redor
Estou feliz por ter te encontrado
Eu estarei aí com um amor que é forte
Eu serei sua força, eu continuarei firme
Deixe me encher seu coração de alegria e sorriso
Cumplicidade, é tudo que estou procurando
Quando você precisar de mim
Eu estarei aí
Eu estarei aí para te proteger
Com um amor altruísta, eu te respeitarei
Basta chamar meu nome
E eu estarei aí
Eu estarei aí para te confortar
Construir meu mundo de sonho ao seu redor
Estou feliz por ter te encontrado, meu bem
Eu estarei aí com um amor que é forte
Eu serei sua força, eu continuarei firme
E se você encontrar um novo alguém
Eu sei que é melhor que ela seja boa com você
Pois se ela não for
Então eu estarei aí
Eu estarei aí
Eu estarei aí
Basta chamar meu nome
E eu estarei aí
Eu estarei aí
Eu estarei aí
Basta chamar meu nome
E eu estarei aí
Basta olhar por cima de seu ombro
Basta chamar meu nome
E eu estarei aí...

SALVE A MÚSICA AQUI

segunda-feira, janeiro 29

DIVERSIDADES E ADVERSIDADES DA VIDA.


DIVERSIDADES E ADVERSIDADES DA VIDA.
Vera Vilela


Maria Luiza acordou em clima de festa. Sua casa toda enfeitada, perfume de flores no ar, incenso de jasmim - seu preferido - um belo café da manhã a aguardava. Tomou um banho morno, quase frio, e sentiu todo seu corpo acordar, arrepiou-se e sorriu. Colocou apenas um roupão de banho e desceu para seu desjejum. Na mesa uma cesta de lírios brancos com um cartão:

- Estes lírios representam a pureza do nosso amor. Te amo para sempre. Assinado - João Vitor.

Ela quase não consegue segurar as lágrimas de emoção, mas, hoje será o dia mais feliz da sua vida, não vai chorar. O dia será longo, dentro de instantes chegarão: o massagista, a manicura, a cabeleireira, enfim, um exército armado para deixá-la ainda mais linda, como se fosse possível.

Quando volta ao seu quarto, tudo já está arrumado, janelas abertas, o sol da manhã invadindo quase todo o seu quarto, só pára quando encontra uma barreira branca, um manequim com o lindo vestido branco cravejado de cristais que a aguarda. Seus olhos lacrimejam mais uma vez ao imaginar-se dentro dele.

***
Do outro lado da cidade:

Maria acabou de acordar, esfrega os olhos e sorri, lembra-se da sua despedida de solteira com as amigas até de madrugada. Resolveram comemorar em um forró, dançando e bebendo até de madrugada. Nem se lembra direito como chegou em casa, só sabe que o noivo apareceu na festa e dançaram até se cansar.

Foi ao banheiro escovou os dentes, lavou o rosto e correu para a cozinha tomar seu café. Percebeu que sua mãe já havia deixado sobre a mesa, o seu leite com Nescau e um pãozinho com manteiga - ela sentiria saudade desses mimos.

Provavelmente sua mãe teria ido até a granja buscar umas galinhas pra matar, cozinhar, desfiar e fazer os lanchinhos para os parentes que viriam ao casório. O bolo elas fizeram no dia anterior, um delicioso bolo recheado de goiabada e coberto com claras de ovos.

Foi até o fundo do quintal, entrou no banheiro e tomou um banho frio para acordar. Enrolou-se na toalha e voltou para o quarto, empurrou as caixas de presentes que chegaram e se amontoavam ao lado da cama, e se penteou, resolveu ela mesma secar o cabelo.

Viu, da janela, sua madrinha de casamento chegar com uma caixa enorme, dentro estava o vestido de noiva emprestado. O vestido era lindo, quatro pessoas de sua família já haviam se casado com ele.

Eneida viria penteá-la e colocar o véu e a grinalda por volta das 18 horas e sua irmã faria suas unhas enquanto isso.

***

Voltando à zona sul - 20 horas - Maria Luíza chega à porta da igreja, está majestosa, perfeita.

Sua mãe pede que espere ainda alguns minutos dentro do carro, pois o noivo ainda não chegou. Após mais de meia hora de atraso, a noiva sai do carro e aguarda em pé. O que poderia ter acontecido com João Vitor? Ele sempre foi pontual em tudo. Algum imprevisto, com certeza.

Aos poucos as pessoas abandonam a igreja, após uma hora e meia de atraso já não há mais paciência que resista. Maria Luíza chora, estraga toda a maquiagem, entra no carro e pede que a levem embora dali para bem longe. Seu pai conta os prejuízos com o casamento, com a festa e tudo mais. A mãe acompanha o choro da filha. Chega a notícia que João Vitor, empresário de sucesso, deu um golpe na empresa do futuro sogro e no momento descansa talvez, em alguma ilha paradisíaca bem longe dali.

***

E na periferia - 20 horas - Maria está linda, o vestido ficou quase perfeito, não fosse o comprimento um pouco exagerado, mas, ela tira isso de letra, levanta a saia com as mãos e anda tropeçando com o sapato um número menor que o seu. Como a igreja é a duas quadras de sua casa, ela decide ir a pé mesmo porque o calor está forte, pede para algumas crianças segurarem a longa calda do vestido para não sujar, afinal, muitas ainda precisariam usá-lo.

Chega à porta da igreja, se ajeita toda, pede que estiquem seu véu e calda e aguarda silenciosa a autorização para entrar na igreja. Aguarda mais de meia hora e resolve gritar com o padre:

- Como é padre José, esse casório sai ou não sai? To derretendo aqui dentro desta roupa!

Sua mãe vem ao seu encontro e diz que o noivo, João, ainda não chegou.
Maria faz uma careta muito feia e desconjura o noivo:

- Eu sabia que aquele filho da mãe ia me aprontar, ele estava muito bonzinho ontem, até me pagou umas cervejas. Vou esperar mais meia hora, se o infeliz não chegar ele está frito.

Calmamente, Maria se senta na escadaria da igreja e termina de roer o restinho do esmalte cor de rosa da unha. Quando a igreja dá suas nove badaladas, ela se levanta, Arranca o véu da cabeça, tira o sapato apertado, arranca o vestido de noiva e pede para a mãe guardar tudo. Empresta o chinelo da mãe e sai pela rua com a camisola branca que seria uma surpresa para o noivo.

Maria chega no bar do Alaor e vê João sentado com a cabeça recostada na parede, completamente bêbado. Ela agarra seu braço, puxa, derrubando ele no chão. Pega o chicote do cavalo que está amarrado em frente ao bar e dá-lhe uma surra que provavelmente nem saberá no dia seguinte, como conseguiu aqueles vergões na pele.

Quando a raiva dela passa e o coro de João sangra das chicotadas, ela respira fundo, ajeita o cabelo, e sai andando como uma princesa rumo a sua casa.

Escrito em 06/09/2004

ERRO FATAL


ERRO FATAL
Vera Vilela


João era um senhor honesto, trabalhou a vida toda para garantir o sustento e o conforto de sua família. Casara-se aos 25 anos com Tereza, uma mulher de dotes domésticos sem igual: cozinhava, passava, bordava e ainda o ajudava na pequena marcenaria herdada de seu pai. Juntos, tiveram um casal de filhos que criaram segundo as normas de boa conduta e educação.

Tereza foi apresentada a João por uma irmã de sua mãe que, antecipadamente, já tivera feito uma pesquisa entre as moças casadoiras do vilarejo que moravam. O namoro foi rápido, tiveram apenas 6 meses para se conhecerem e planejarem seu futuro. Durante este tempo se viram apenas 4 vezes em festas promovidas por suas famílias.

João, em suas horas de folga, gostava de escrever, ficava às vezes até o começo da madrugada com um lampião aceso enchendo papéis e mais papéis de versos rimados, palavras bonitas e cartas de amor sem destinatário.

Muitas vezes se perguntava da necessidade de escrever as ditas cartas. Vivia bem com sua Tereza, não eram apaixonados e nem isso era esperado. Respeitavam-se, combinavam em tudo, nunca discutiam. Mas a cada dia de sua vida, uma nova carta ele escrevia, começando sempre assim...

Ao grande amor da minha vida!...

Tereza muitas vezes pegou os papéis largados sobre a escrivaninha e os guardou na gaveta, por curiosidade algumas vezes ela os leu e se encheu de orgulho, afinal João não era um homem assim tão duro, não queria demonstrar, mas nas cartas ele deixava escapar o grande amor que sentia.

Foi num dia de inverno, muito frio, Tereza amanheceu passando mal e pediu aos filhos que chamassem seu pai, ela já sofria há algum tempo de uma doença pulmonar. Foi apenas o tempo dele, perto dela, chegar e ouvi-la dizer suas últimas palavras.

- Obrigada por me tornar o grande amor da sua vida, e morreu com um sorriso nos lábios a enganada Tereza.

Uma grande tristeza se abateu sobre João, mas homem forte como era logo se recuperou, suas cartas de amor jamais parou de escrever e agora cada dia mais, as caixas lotavam-se de papéis e mais papéis. Seu coração sentia uma saudade sem saber de quem.

Com o tempo resolveu voltar aos estudos, apesar da idade, cursou a Faculdade e tornou-se mestre.

*****

Mariana era uma criança inteligente e levada, parecia fora do seu mundo, sempre avoada.

Cresceu mimada, a caçulinha pelos irmãos era sempre bem cuidada. Ninguém podia chegar perto dela sem notar os olhares bravios de seus irmãos.

Tornando-se moça, ainda avoada, vivia escrevendo cartas de amor sem destinatário, sempre aquele amor lhe apertava o peito e corria escrever suas imensas páginas. Vivia com saudades de um amor que nunca viveu.

Casou aos 17 anos com Rafael, um rapaz bonito, cobiçado e muito inteligente e que, aos 24 anos, já era professor e podia dar a ela o sustento. Ele se apaixonou a primeira vista e ela correspondeu por imaginar ser assim o funcionamento do amor.

Rafael por várias vezes via Mariana escrevendo e sempre a incentivava cada vez mais a escrever, achava bonito os versos de amor que ela gravava no papel e sentia-se orgulhoso achando-se o destinatário dos mesmos. Mariana nunca lhe revelou que não era ele o amor de suas cartas e rimas.

Permaneceram casados 27 anos.

Por uma fatalidade do destino Rafael abriu demais uma curva e deu de encontro a um caminhão de combustível. Mariana teve tempo apenas de se despedir dele no hospital e ouvi-lo agradecer por tantos anos de felicidade e tantos versos de amor. Morreu feliz.

*****

Mariana recuperou-se logo e para passar o tempo, pois os filhos já estavam casados, resolveu voltar aos estudos e se aprofundar no que gostava de fazer - escrever.

Fez supletivo e terminou o segundo grau. Fez vestibular e recebeu nota 10 em redação. Entrou no curso de Letras da Universidade Federal.

Entre seus professores havia um que lhe chamou atenção desde o primeiro dia de aula: era o professor João, homem já com quase seus setenta anos, mas com um espírito jovem e dinâmico. Ele a ajudava a compor seus poemas e quando ela começava uma quintilha ou uma quadra ele já sabia como seria o último verso. Ela sentia um tremor esquisito e ao mesmo tempo gostoso quando se aproximava dele, sabia ela que as sensações eram recíprocas.

Eles contavam os minutos para estarem juntos novamente e escreverem os poemas de amor que cada dia ficavam mais lindos escritos pelos dois.

Mariana estava para completar seus 45 anos de idade e os alunos da faculdade lhe preparavam uma surpresa. Todos se davam muito bem e viviam se aconselhando com ela. Era como se fosse a mãe de todos.

Pediram então ao Professor João que escrevesse para ela uma poesia.

Ele correspondendo escreveu então:

"Linda menina Mariana
Que tem os olhos cor do céu
Seu sorriso amor emana
Seus cabelos te servem de véu."


Por mais que tentasse mudar os versos se repetiam, uma vez após outra e resolveu desistir do intento dizendo aos alunos que estava sem inspiração e, aborrecido, saiu da sala apressado sem entender o que estava acontecendo com ele.

Mariana chegou toda bonita, com um vestido comprado especialmente para seu aniversário. Estudava à tarde, dali iria para um restaurante comemorar o evento com sua família.

Trazia nas mãos um caderno enorme cheio de poesias que prometera mostrar ao professor um dia.

Já terminava a festinha improvisada para Mariana e nada do professor João aparecer, ela resolveu sentar-se um pouco e viu vários papéis amassados jogados no chão. Pegou um deles e leu...

"Linda menina Mariana
Que tem os olhos cor do céu
Seu sorriso amor emana
Seus cabelos te servem de véu ".


Pegou outro e leu:

"Linda menina Mariana
Que tem os olhos cor do céu
Seu sorriso amor emana
Seus cabelos te servem de véu.

Precisei esperar muito tempo
Para entender o que me ocorria
Mas só agora eu entendo
Para quem eu escrevia......".

E mais um...

"Linda menina Mariana
Que tem os olhos cor do céu
Seu sorriso amor emana
Seus cabelos te servem de véu.


Precisei esperar muito tempo
Para entender o que me ocorria
Mas só agora eu entendo
Para quem eu escrevia!

Quando pensei em te escrever
Lembrei-me das cartas que escrevi
E por mais que tentasse mudar
Em todas elas eu te vi".

Mariana então pegou seu caderno e leu baixinho o poema que escrevera, hoje, para o professor:

"Quando pensei em te escrever
Lembrei-me das cartas que escrevi
E por mais que tentasse mudar
Em todas elas eu te vi".

Mariana levou um susto então pois, naquele momento entrou um aluno transtornado, com a face pálida e tremendo falou:

- Gente, o professor João saiu daqui tão apressado e distraído que ao atravessar a rua nem notou um carro que vinha em sua direção e foi atropelado, está lá jogado no chão esperando a ambulância chegar.

Mariana largou tudo, correu e se jogou ao lado do professor, molhou seus joelhos com o sangue que fluía do seu corpo, delicadamente enfiou sua mão por debaixo da cabeça do professor levantando-a. Ele disse, então, com os olhos lacrimejando:

- É você então o grande amor da minha vida! Esperei por você por toda a minha vida, mas o destino nos enganou e agora estou partindo.

Com os olhos jorrando lágrimas ela então o fitou e, sentindo o grande amor bater em seu coração, disse-lhe:

- O tempo nos enganou sim meu amor, o destino nos causou um grande desencontro, jamais voltarei a escrever. Ao dizer isto viu-o cerrar os olhos e dar seu último suspiro. João morreu com um sorriso nos lábios.

Ouve-se então um grande trovão, rajadas de ventos, raios cruzando os Céus e lá em cima o Dono do livro da vida fala ao responsável pelos apontamentos de nascimentos e mortes.

- Vistes o que fizestes? Que grande desencontro provocastes?

E o responsável pelos apontamentos escreveu no livro de baixas:

- Deixou hoje o mundo terreno João Martins Azevedo, por erro de data e local de seu nascimento, por este que abaixo assina, ser-lhe-á concedido perdão de todos os seus erros e subirá direto ao último andar para gozar dos prazeres da eternidade na cobertura do Paraíso. Para que meu erro seja reparado, trago junto a ele Mariana de Jesus e que fiquem juntos para sempre.

*****

Neste instante Mariana olha e vê um caminhão vir em sua direção e de João, que jaz inerte no chão, coloca os braços em frente ao rosto e se sente desfalecer. Ao abrir os olhos vê João em sua frente com a mão estendida lhe oferecendo apoio para levantar-se da cama que se encontra.

*****


domingo, janeiro 28

UMA HISTÓRIA DE AMOR

UMA HISTÓRIA DE AMOR
Vera Vilela

Estava eu mais uma vez no meu Café preferido em companhia de minhas colegas de trabalho. Todos os dias após o almoço passávamos lá, no mesmo lugar para tomar nosso cafezinho.

Como sempre nos últimos dez dias um homem me chama a atenção do outro lado do balcão. Um rapaz de seus 30 e poucos anos, sempre com seu traje impecável; terno e gravata, cabelos negros lisos e brilhantes, olhos também negros, profundos e provocantes - um homem realmente bonito, sedutor e apaixonante.

Tomamos nosso rápido café e saímos. Tive uma noite muito agitada, sonhei com o rapaz do café, estávamos fazendo amor. Acordei super animada e coloquei uma roupa justa e provocante, saia vermelha com uma fenda ao lado e blusa branca bem decotada e com babados, estava bonita reconheço.

Cheguei ao escritório como sempre antes do horário e fiquei aguardando ansiosamente meu horário de almoço para rever o homem do meu sonho. Finalmente olho no relógio e vejo que faltavam apenas cinco minutos para meu almoço, pareço uma adolescente, corro, arrumo a mesa e....

-Dona Beatriz, preciso que termine este trabalho para a reunião que farei logo após o almoço! E me deu uma pilha de papéis em rascunhos com pautas para a reunião. Soltei bem baixinho um “ufa”! Mas como profissional que era não poderia negar o pedido.

Consegui digitar tudo, imprimir e levar para a copiagem e encadernação em cinqüenta minutos, só me restavam uns 20 minutos para chegar ao café e ficar sem meu almoço, pois eu iria secretariar a reunião.

Cheguei correndo no Café e quando estacionava o carro via o meu príncipe sair do Café com uma cara de desapontamento e entrar em seu carro. Ele não me viu.

Entrei desolada no Café e minhas amigas logo foram avisando que meu paquera já havia saído.

Eu nem tomei meu café, peguei um pãozinho de queijo e voltei ao trabalho mastigando para matar a fome. Tive tempo apenas para escovar os dentes e ajeitar a maquiagem.

Me dirigi a reunião e já fui distribuindo os cadernos a cada um notando que uma das cadeiras estava vazia com o nome Rodrigo Alves, estava na cabeceira da mesa, oposta ao sócio majoritário da empresa.

Enquanto estava de costas assumindo meu lugar percebi que alguém entrou e se sentou no lugar vago. Levanto os olhos e instantaneamente nosso olhar se cruza, é ele, o rapaz do Café. Minhas pernas bambearam, segurei minhas coxas uma contra a outra para conter o nervosismo.

Meu chefe se levanta e pede à atenção de todos avisando:

-Sr. Rodrigo é meu sobrinho e único herdeiro, a partir de hoje tomara conta dos negócios da família, estou velho e cansado, quero aproveitar um pouco a vida.

Afrouxou um pouco a gravata e foi de um a um, dando adeus aos sócios da empresa e a mim, embora eu não tenha entendido deu uma piscadela notada pelo seu sobrinho. Ruborizei na hora.

A reunião foi rápida e assim que percebi as pessoas saindo já me enfiei no meio para sair sem ser notada, mas Sr. Rodrigo me chamou pelo nome e pediu que aguardasse.

Saindo todos, ele se dirigiu a mim e me pediu que o acompanhasse para um almoço, pois sabia que eu não tinha almoçado e ele também ainda não. Tentei ser simpática, não demonstrar meus sentimentos e o segui até seu carro.

O almoço estava marcado com antecedência em um motel bem perto do escritório, ele tramou tudo antes. Entramos e já havia música ambiente, me pegou pelos braços e me perguntou?

-Você costuma sair com seu chefe?

Eu respondi:

-Claro que não, nunca, não misturo as coisas. (indignada)

Então ele disse olhando bem dentro dos meus olhos:

-Considere-se despedida, vai ser minha mulher.

Me abraçou e começamos a dançar lentamente, eu não conseguia pronunciar uma palavra que fosse. Sentia sua excitação crescendo cada momento mais e aconteceu o inevitável.

Ficamos juntos até o dia seguinte. Tomamos um delicioso café da manhã na cama, juntos. Lamentei, mas precisava ir para meu apartamento, pois como trabalhava a semana toda tinha apenas o fim de semana para ajeitar as minhas coisas. Ele se ofereceu para me levar e nesse instante imaginei que sonho lindo eu havia vivido, mas era hora de acordar e olhar nos classificados para achar um novo emprego.

Quando chegou à portaria do meu prédio educadamente o convidei para um café e ele aceitou prontamente me causando estranheza. Subimos calados até o meu andar, só percebi que ele apertava uma mão contra a outra num nervosismo sem fim, mas eu pensava, ele não sabe como me dispensar.

Cheguei à porta do apartamento e novamente por educação o chamei para dentro, ele entrou antes, eu senti um perfume forte de rosas no ar. Quando me virei vi toda a minha sala lotada de rosas vermelhas e brancas, todo o apartamento estava florido, peguei um cartãozinho e li:

-Há muito tempo te quero e te desejo, seja minha!

E cada bilhetinho tinha um recado parecido, até que cheguei na cama e a via coberta de pétalas de rosa e com um balde, champanhe e duas taças, perto havia outro bilhete, ele o pegou me abraçou me deu um longo beijo cheio de ternura e disse, leia o bilhete, se não concordar é só me devolvê-lo e sairei sem dizer uma palavra. Abri o envelope, havia um bolsinho de veludo vermelho com um anel maravilhoso dentro e junto um bilhete escrito:

-Isto é um pedido de casamento, seu beijo em meu rosto será o seu não, e seu beijo em minha boca será o meu sim.

Olhei por instantes para aquele homem encantador, e pensei que realmente estava num sonho, aquilo não poderia ser realidade. Cheguei perto dele, segurei seu rosto com minhas mãos, ele fez o mesmo e dei um longo beijo em seu rosto. Rapidamente seus olhos brilharam e se marejaram, então dei beijo em sua testa, e depois em seus olhos, no queixo e depois fitando seus dos olhos encostei meus lábios aos seus e me entreguei a toda a sua paixão.

Foi então um fim de semana todinho de amor, paixão e tesão, uma história de amor que ainda não teve fim.

*Imagem by Alan Ayers

UM SONHO DE AMOR

UM SONHO DE AMOR
Vera Vilela

Estava andando por aí quando de repente percebi que me perdi.
Não me lembrava daquela rua, daquelas pessoas, vestidas de forma estranha.
O céu era muito azul, ao longe eu via o mar.
Continuei andando e cheguei até a praia. Que cheirinho gostoso de mar!
Vi barquinhos chegando, era fim de tarde. Os pescadores chegavam felizes e suas mulheres os aguardavam para ouvirem suas histórias.
Pude ouvir um deles dizendo que o vento atrapalhou um pouco a pescaria, mas, no final da tarde os peixes compareceram.
Um deles me acenou e chamou.
Estranhei aquele rosto, mas, algo me mandava obedecer. Fui até o pescador. Homem de rosto queimado de sol, barba longa e bigode cerrado. Ao me olhar ele abriu um sorriso festivo, um olhar apaixonado.
-Mulher! Todo o cansaço compensa quando chego aqui e posso admirar sua beleza.
Pula do barco e me da um forte e demorado abraço, um beijo na boca com sabor de alegria.
Deixo-me envolver pelo momento mágico e, lado a lado, andamos na areia até a cabana de madeira com cortina de flores feito porta.
Ele me pega e me levanta em seus braços fortes, me leva para a cama de colchão de palha com um lençol florido e cheiroso.
-Espere mulher, vou tomar um banho. Tem água na tina?
-Nada disso! Venha cá. A saudade é muita. E o puxo para mim.
Fazemos amor até enxergar a lua nova na janela de nossa casa.
Adormeço por uns instantes e o vejo trazer uma bacia de alumínio com angu e peixe. Comemos, tomamos água de coco e ele me faz dormir em seus braços.
Acordo suspirando.
Enxergo a luz do abajur, abro a janela e vejo o céu acinzentado entre os prédios. Espirro e vou tomar um banho. A água está fria novamente. Respiro fundo, volto para a cama, fecho os olhos e tento voltar ao meu lindo sonho.

*Imagem by Alan Ayers

















sábado, janeiro 27

NOITE DE SEDUÇÃO


NOITE DE SEDUÇÃO
Vera Vilela


Aquela noite era meu prazo limite. Eu controlaria meu ímpeto fugidio. Vesti aquela roupa de "mamãe quero namorar" e armei de meu olhar feérico.

Conferi tudo: sapatos pretos, vestido frente única florido em tons de vermelho, cabelos cheirosos e soltos, batom sabor morango e brincos dourados: perfeita sintonia.

Apesar da garatuja de Fred - o gato - com os dedos molhados em saliva apaguei a chama da lamparina e saí.

Planejei todas as minúcias desse dia, nada poderia dar errado. Eu contava com o meu conhecimento da causa e do meu poder de sedução.

No caminho até a casa dele não me deixei levar pelo meu cérebro fantasioso, me mantive calma e segura, afinal eram anos estudando e planejando este momento.

Estava escuro, nuvens cobriam a lua minguante. O ar estava úmido e eu ouvia ao meu lado a voz da noite, pios e ruídos estranhos que vinham da mata.

De repente a bicicleta não atendia mais ao meu comando, derrapava na estrada de terra molhada. Após alguns minutos vi que seria impossível continuar sobre ela, o barro estava fundo.

Parei e resolvi continuar o caminho a pé. Meus pés afundavam na lama e antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, me vi ali: de cara no chão. Quanto mais cuidado eu tentava ter, mais eu me sujava.

Finalmente me levantei - completamente enlameada -, triste e chorosa. Mais uma vez teria que adiar o encontro. Até hoje foram várias tentativas em vão.

Tirei os sapatos e resolvi empurrar a bicicleta até em casa.

Que decepção!

Depois de alguns metros senti alguém a me seguir. O medo tomava conta de mim e por mais que quisesse correr o chão me prendia.

Senti uma mão a me segurar pelo braço e soltei um grito de pavor. Tentei correr, mas este ato fez com que eu caísse levando sobre mim o terrível ser que me segurava.

- Calma menina! Você demorou e vim conferir se estava tudo certo.

Ele disse isso e se apercebeu de nossa situação. Eu caída na lama e ele sobre mim.

Até tentei falar alguma coisa, mas tudo o que eu tinha planejado dizer foi abafado com o beijo que, irresistivelmente, ele me deu, fechando-me os lábios e abrindo seu coração.

N.A.: Conto criado para a oficina dos Anjos Caídos.

O ENCONTRO ESPERADO


O ENCONTRO ESPERADO
Vera Vilela


Sua mão suava, seu corpo todo tremia, sentia uma forte dor nas costas pela posição que estava.

Já se passaram mais de 40 minutos e o elevador ainda não foi consertado.

Estavam ali, Carolina e Alberto, há muito tempo os dois vinham cruzando seus olhares. Sentiam um choque cada vez que se viam.

Este encontro era tudo o que eles desejaram, foi como se fossem velhos conhecidos, ou amantes - estavam ali naquele quadrado pequeno e escuro - pois a luz também faltou, se amando!

Bastou a ocasião e viraram os dois: ladrões.

Agora o pânico tomava conta deles, prestes a chegarem ao clímax de seu encontro, ouviam a voz do síndico avisando:

- O elevador já foi consertado, vamos religar e trazê-los até o térreo.

Resolveram então tentar chegar ao fim de qualquer modo.

Quando a porta do elevador se abriu, o espanto foi geral. Carolina desnuda da cintura para baixo e Alberto simplesmente nu. Um sorriso, a porta se fecha novamente e ouve-se no poço no elevador:

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
- UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!

N.A.: Mini-conto escrito para a extinta OLA.

AMOR À BEIRA DE UM ATAQUE DE DESMATERIALIZAÇÃO

AMOR À BEIRA DE UM ATAQUE DE DESMATERIALIZAÇÃO
Vera Vilela



Foram horas e horas até que Lui conseguisse montar o teletransportador. Desde que se apaixonou por uma terráquea que seu único objetivo vinha sendo a compra do aparelho. Eles agora poderão compartilhar fisicamente as emoções que até então só eram possíveis através das transferências mentais.

Ainda se lembra quando passeava no Shopping Intergaláctico e seu olhar cruzou com o de Lucxia. Parece que naquele instante ambos receberam uma carga eletromagnética fora do normal. Ficaram a distância de alguns metros, fitando um ao outro.

Lui, como a maioria dos saturnianos, era alto e bonito. Lucxia era uma bela terráquea, loura e de olhos com um certo brilho intrigante.

Ao se recomporem do choque do encontro, ambos continuaram seu caminho, porém, aqueles rostos ficaram marcados na mente de cada um.

Um dia, quando Lui procurava artigos interessantes para ler em seu processador virtual deu de cara com aquele rosto.

Era ela!

Estava num anúncio de biblioteca virtual: então a terráquea era vendedora de livros!

Anotou o código do anunciante e digitou imediatamente. Logo apareceu em projeção o rosto de um velho senhor se colocando a disposição do saturniano para tirar quaisquer dúvidas.

- Senhor! Eu quero falar com a moça do anúncio de livros, não com o senhor.

- Sinto muito! Ela não trabalha mais aqui e não faço idéia de como encontrá-la, se é o que quer.

Desconsolado, Lui terminou o contato.

Vários dias após, lá na Terra, Lucxia vê as notícias antes de ir ao seu novo trabalho. Parece que houve outro atentado em Saturno. Ela vê o desespero que isso vem causando naquele planeta, que a cada dia se torna mais perigoso desde a invasão por guerreiros de uma espécie ainda desconhecida em nossa galáxia.

Por um instante ela tem a impressão de ver um rosto conhecido. Aumenta a definição de seu projetor e aproxima a imagem.

– Sim! É ele! O saturniano do Shopping. Então ele é combatente? Um verdadeiro guerreiro? Que emocionante. Ele fica ainda mais bonito em seu traje de guerra.

Apressadamente ela consulta o computador central e consegue a conexão com o exército de Saturno.

– Senhor, preciso me comunicar com o guerreiro que apareceu hoje na transmissão da guerrilha em seu planeta. Por favor! Ele estava com um brasão de comandante no peito.

– Sinto muito! Não podemos identificar nossos guerreiros. Disse isso e cortou a comunicação.

Uma tremenda decepção para Lucxia, que se entristeceu com o ocorrido.

Lá na sala do comando do exército de Saturno, o encarregado pelas comunicações convoca Lui a comparecer na sala de projeção holográfica.

Ele explica que uma terráquea o procurou, mas como é proibida a identificação dos guerreiros, ele resolveu consultá-lo antes. Digita os números e mostra a transmissão. Lui quase perde o fôlego, é a mulher que o tem feito perder noites de sono. Finalmente! Anota o código e se despede disfarçadamente, dizendo que depois resolve o assunto.

Lucxia chega em casa como sempre: cansada e desmotivada. Mora sozinha desde a morte de sua mãe e tem se sentido muito triste. Mal fecha a porta e já ouve o sinal do comunicador. Senta-se a frente dele e atende.

No instante seguinte a emoção que toma conta dela é fantástica. Mal acredita na imagem à sua frente.

– Então seu nome é Lucxia?
– Sim, e o seu? Ela responde nervosamente.
– Me chamam Lui.

Ficam assim os dois se olhando e ficam mudos durante alguns minutos. Não sabem o que dizer.

– Com licença Lui, vou beber um copo de água. Cheguei agora do trabalho - Lucxia arruma a desculpa para se acalmar.
- Ok! Eu espero – diz Lui e aproveita para acompanhar o andar atrapalhado e nervoso de Lucxia, não conseguindo segurar o riso.

Lucxia volta e eles se falam durante horas, de suas preferências gastronômicas, culturais e se perguntam tudo. Lui pergunta se podem se falar novamente e ela concorda apressadamente, deixando escapar um belo sorriso.

E assim foi por vários meses, os dois conversaram dessa maneira.

O tempo foi fazendo com que os dois desejassem cada vez mais se ver pessoalmente. A tristeza da distância foi tomando conta da vida dos dois. Ao final de cada contato ficava aquela sensação de vazio que fazia com que ficassem sempre ansiosos e cada vez mais desejosos de estarem juntos fisicamente.

Lui resolve então fazer uma sugestão a Lucxia. Se ela concordar, ele comprará um teletransportador que possibilitaria finalmente o encontro real dos dois. Ela concorda afinal isso é coisa tão simples.
***
Lui volta de suas recordações e finalmente resolve ligar o aparelho. Sua ansiedade é enorme. Ao acionar o botão verde o aparelho liga e, faixas de ondas de luz saem do compartimento redondo acima dele. Nesse instante ele se comunica com Lucxia e pede para que ela se prepare. Ele digita as coordenadas fornecidas por ela e aperta o botão laranja.
Uma sensação estranha toma conta dele, tem vontade de desligar o aparelho, mas é tarde demais, ele vê no monitor que Lucxia já está totalmente desintegrada e deve aparecer em segundos aqui á sua frente.
No manual diz que o teletransporte deve demorar no máximo 5 segundos e cada um deles parece uma eternidade.
...1
...2
...3
O aparelho é altamente seguro e existe um número insignificante de falhas no funcionamento, e entre elas, apenas um caso preocupante de não reintegração.

...4
...5
Finalmente raios de luz saem do transmissor circular acima do aparelho:

Primeiro laranja;

Depois azuis e...

Raios vermelhos, intermitentes, e o alarme de perigo começa a soar.
Lui respira fundo, tentando se controlar, precisa descobrir o que houve. Acessa o manual e vai direto até o capítulo: PROBLEMAS. Escolhe a opção RAIOS VERMELHOS e lê:
– Raios vermelhos significam problemas no funcionamento. O teletransporte pode não se completar para evitar anomalias na reintegração do corpo físico.
Você tem 4 minutos para regularizar o problema ou não será mais possível a reintegração da massa corporal.
Lui não acredita no que lê. Pode perder sua amada para sempre. Devia ter lido todo o manual antes de fazer esta loucura. O teletransportador é um aparelho tão normal e usual que jamais imaginou problemas.
Volta a ler e começa a seguir rapidamente as orientações:
1 – Anote a seqüência numérica exibida no monitor.
2 – Desligue o aparelho e aguarde por um minuto antes de religá-lo.
3 – Ligue primeiro o botão AZUL, aguarde que apague. Que demora para esse botão se apagar...
4 – Ligue o botão VERMELHO e aguarde que apareça no vídeo a opção DIGITE A SEQUÊNCIA DE PARADA.
5 – Digite os números que anotou antes de desligar a máquina.
6 – Aguarde que o botão VERDE se acenda e aperte.
Lui olha no relógio, já se passaram 3 minutos, ele começa a suar frio e suas mãos ficam trêmulas, seu cérebro parece não querer funcionar, tem dificuldade em ler e demora em suas ações. Ele olha o monitor de sobrevivência que aponta: 38%, e a contagem regressiva: 42 segundos.
Ele finalmente vê o botão VERDE se acender e instantaneamente o aperta.
7 – Assim que o botão LARANJA se acender aperte-o imediatamente para que a reintegração se proceda.
Parece uma eternidade os segundos que passam. Olha novamente o monitor, sua Lucxia tem apenas 16% de chance para sobreviver e apenas 10 segundos. Lui então lê a última orientação:
8 – Caso não seja possível à reintegração nossa companhia deverá ser avisada imediatamente, forneceremos todo suporte para a família da vítima.
E a contagem regressiva está ali piscando em sua frente. Lui parece sem ação, seu corpo parece dormente, uma sensação de frustração e incompetência toma conta dele.
...17
...16
...15
...14
...13
...12
Lui agora entra em total desespero, chora desesperadamente.
...11
...10 Luz LARANJA acesa e uma voz avisa: APERTE IMEDIATAMENTE O BOTÃO LARANJA, REINTEGRAÇÃO EM PERIGO!
Lui aperta o botão e olha para os raios de luz AZUIS que começam a surgir do aparelho. Uma imagem distorcida e fantasmagórica começa a se formar em sua frente. Pode perceber a expressão sofrida do rosto disforme de Lucxia.
Tem agora apenas 3 segundos para completar a reintegração.
...3
...2
...1
A máquina se desliga automaticamente. Lui está de olhos fechados, não suportou assistir estes últimos segundos e agora não consegue enfrentar o resultado.
Ele então sente mãos geladas que tocam seu rosto.
- Lui? Está tudo bem. Estou aqui.
Ele abre os olhos e vê Lucxia, a sua frente. Está intacta, tudo perfeito.
– Amada minha.
Os dois se abraçam. Choram de emoção. Lucxia conta a sensação horrível de se sentir desintegrada e espalhada no espaço e no tempo que parecia uma eternidade.
Lui se separa de Lucxia e num gesto brusco pega o aparelho de teletransporte e joga-o contra a parede fazendo-o em milhares de pedaços.
– Nunca mais correremos esse perigo...

Em segurança agora, os dois trocam um longo beijo, materializando finalmente o amor que a partir daquele instante não se desmaterializaria nunca mais.


N.a.: Conto publicado na VII Antologia dos Anjos de Prata.
Edit Arte Literária - 2006
Imagem by T. D. Ruley

LEMBRANÇAS DE VERÃO - conto


LEMBRANÇAS DE VERÃO
Vera Vilela


Podia ver através do pára-brisa, ao longe, o azul infinito da mistura: céu e mar. O aroma invadindo minhas narinas e me arrepiando.
- Como é bom estar de volta. Eu e o mar! - pensei.
Não resisti. Parei o carro, saí, tirei minhas sandálias e corri em direção à praia.
O contato com a areia fina e quente me excitou, uma onda veio me cumprimentou e molhou a barra de minha saia.
Sorri!
- Ah! O Mar! Sempre ousado.
Limpei a areia dos pés e terminei meu trajeto. Lá estava a pousada!
Uma construção antiga, toda de madeira, ladeada com varandas enfeitadas por gerânios.
Na porta a mesma placa entalhada em madeira: Bem Vindos!
- Verônica! Quanta saudade menina! - disse a dona e gerente deste cantinho maravilhoso.
- Estou ótima e cheia de saudades também! Meu quartinho está reservado dona Rosa?
- Claro que sim! Aquele com janela para a praia, troquei a roupa de cama e banho, tudo limpinho e cheiroso como gosta. Está sozinha?
- Sim!
Respondo, cabisbaixa, ela percebeu que não quero tocar no assunto.
Entrei no velho e conhecido quarto.Tudo como eu sempre gostei: lençóis e toalhas brancas e cheirosas, um vaso com cravos brancos que perfumavam o ar.
Fui então tomar uma ducha fria e coloquei meu biquíni, apenas por coincidência ele era também - branco. Deitei-me e fiquei por instantes sentindo o ar fresco da manhã sobre meu corpo seminu.
Acho que cochilei porque logo em seguida ouvi:
- Verônica! O almoço está na mesa.
- Nossa! Que fome!
O restaurante continuava simples como antes: mesas e cadeiras rústicas, apenas uma cerca de madeira o separava da praia e de cobertura um grande telhado de sapê.
Na mesa meu prato preferido: peixe frito em tiras com arroz branco, molho de camarão, salada verde e água de coco.
Enquanto saboreava meu almoço observei chegar um homem alto, cabelos grisalhos, olhos verdes, um ar aristocrático que em nada combinava com seu vestuário - bermuda, chinelos e peito nu, aliás, um peito forte e malhado.
Ele conversa com Rosa - a gerente - e se encaminha com a chave do quarto em mãos. Pela bagagem deverá ficar alguns dias.
Dou uma piscada para Rosa, que logo entendeu, se aproximou de minha mesa e disse:
- Nem precisa dizer Verônica, se chama Augusto e vai participar de um Congresso Médico na cidade.
- Médico é? Hummmmm! Qual será sua especialidade?
- Verônica! Aí já é querer saber demais.

Fiquei com aquela imagem em minha cabeça. Que homem atraente! Que olhos! Que peito!
Achei melhor tomar um banho de mar para refrescar, afinal, estava ali para descansar e curar as mágoas da minha última paixão.
A praia estava semideserta, era quase particular, só ficavam aqui mesmo as pessoas que se hospedavam na pousada.
Coloquei minha esteira na areia, na sombra de um coqueiro e fui até o mar!
A água estava uma delícia e o mar tranqüilo. Entrei mais um pouco e mais um pouco, pois, quase não tinham ondas na enseada naquele dia.
Resolvi dar um mergulho e nem percebi a onda que repentinamente se aproximou e me puxou me fazendo girar por várias vezes na água, como uma presa fácil. Não conseguia achar o chão ou visualizar o céu. Sentia a água entrando em meus pulmões a cada tentativa de respiração.
Logo após senti braços me segurando e me levantando, respirei fundo e comecei a tossir.
Aos poucos cheguei à praia pelos braços fortes de...
- Quem é você?
- Me chamo Augusto, e você?
- Verônica cof...cof...cof...
- Meninas não deviam brincar sozinhas no mar, sabia?
- Oras! Foi tudo uma armação para ser salva por você!
- Não me diga? Então fui vítima de um sórdido plano seu? Como fui tolo! Hahahahahaha!
Quando Augusto riu, meu coração disparou. Aquele homem era realmente um Deus! Ele me convidou para um passeio de carro e aceitei. Andamos pela cidade toda e ele me comprou um chapéu de praia vermelho - disse que era para que ele me visse de longe caso precisasse de novo salvamento.
Combinamos de jantarmos juntos na pousada. Fui para meu quarto e tomei um banho gelado. Lavei meus cabelos e escolhi um vestidinho gostoso de seda florida.
Cheguei ao restaurante ainda com os cabelos molhados e a brisa gostosa invadindo toda a varanda.
Augusto chegou em seguida, novamente de bermuda e chinelos. Podia se perceber que ele vivia sempre muito vestido e aqui não queria saber de muita roupa.
- Boa noite sereia afogada! - disse rindo.
- Boa noite príncipe bombeiro!
Comemos algo leve que nem me lembro direito e fomos caminhar um pouco a beira mar. Ele pegou em minha mão e disse que era para não correr o risco de me perder ou entrar novamente no mar.
Contou-me sobre sua vida, sua profissão. Era pediatra e estava saindo de um casamento de quinze anos. Contei-lhe sobre minha vida e meus desamores.
Sentamos-nos numa pedra e ficamos ali conversando, olhando o mar e, repentinamente ele segurou em minhas mãos dizendo:
- Verônica! Não consigo esconder, você me atraiu demais. Quando a vi no mar com aquele biquíni minúsculo, meu coração deu um pulo e um giro de 360º. Fiquei caidinho por você.
- Seria lugar comum se eu disser o mesmo? Quando entrou na pousada senti que nos conheceríamos melhor.
Quando eu disse isso foi o mesmo que dar-lhe autorização para invadir minha vida. Ele se levantou, me puxou, abraçou-me e delicadamente roçou seus lábios em minha testa, olhos, nariz, face e, finalmente minha boca.
Entreguei-me ao seu beijo com volúpia, esfregávamos boca e corpo simultaneamente, deixando que nossa libido encaminhasse nossos atos. Suas mãos indecentes alisavam o liso tecido de meu vestido ao mesmo tempo em que o tirava. O momento foi mágico, mãos alisavam, apertavam, seguravam e nos faziam gemer.
Na devassidão daquele momento nos entregamos de corpo e logo em seguida de alma.
Deitados, nus, naquela areia ainda morna nos fizemos juras de amor eterno. Passamos sete dias de plena paixão e entrega. Durante o dia ele se dedicava às suas palestras e, durante a noite nos amávamos cheios de ternura, tesão e paixão.
Parecia que nada no mundo poderia nos separar tamanha era nossa sintonia, tanto intelectual como sexual.
Chegou então o dia da despedida. Não havíamos feito planos para o futuro, apenas juras comuns de um casal que se atrai.
Quando acordei percebi que Augusto não estava ao meu lado. Imaginei que devia ter se levantado cedo para arrumar malas, afinal, era o dia de sua partida.
Aguardei deitada até perto das dez horas da manhã e ele não apareceu. Resolvi então ir até a recepção falar com Rosa.
- Bom dia dona Rosa! Onde está meu médico?
Percebi que Rosa desviou o olhar para não demonstrar a piedade que dela se apoderou.
- Verônica, minha filha, ele partiu bem cedo!
- Me deixou uma carta, um recado, qualquer coisa?
- Não!
Aquele "não" bateu como uma pancada em minha cabeça e coração. Senti as pernas bambas e me sentei. As lágrimas teimavam em correr pelo meu rosto.
- Não é possível! Dessa vez não! De novo nãooooooooooooooooo!
Segurei meu rosto molhado com as mãos, cotovelo na mesa e chorei, acho que por mais de uma hora, com o braço de Rosa me enlaçando, porém, respeitando minha vontade de silêncio.
Levantei-me, fui até o quarto, arrumei minhas malas e fui, sem destino, sem horas, sem vontade.
Quando estava já na saída da cidade meu celular toca, é dona Rosa, com certeza preocupada da forma como saí.
- Verônica! Volte rápido! Você esqueceu uma coisa aqui!
Eu mal tive tempo de dizer que não me importava e ela já havia desligado. Estava ainda tão perto que resolvi voltar, aproveitaria e me despediria corretamente dela.
- Me perdoe dona Rosa, eu saí como uma garota mal educada, me dê aqui um abraço!
- Claro minha linda! Mas, antes, veja: chegaram essas flores para você assim que saiu, com um cartão.

" Minha doce Verônica:
Se estiver disposta a ser minha para sempre venha me encontrar no endereço abaixo, não me despedi porque não suportaria ouvir seu não. Caso seja esta sua resposta apenas não venha e eu entenderei que tudo não passou de apenas mais um amor de verão.
Do seu
Augusto"

sexta-feira, janeiro 26

FLOR DE PITANGA


Lançado o mais novo e-livro do amigo querido William Stutz - FLOR DE PITANGA - que como o nome já sugere vem recheado de muita coisa da terra, do ar e do coração.
Will tem o dom de descrever passagens, lugares, fatos que nos levam à uma viagem, sentindo até mesmo o cheiro da terra molhada após um dia de chuva de verão.
São prosas e versos escolhidos com carinho.


Parabéns Will por mais este encantamento!

Para ler CLIQUE AQUI

PARABÉNS CARLOS E SANDRA

Nossa amiga Sandra do blog Céu, Terra e Mar está comemorando 10 anos de casada, uma década de amor compartilhado.
Parabéns e que esse amor seja eterno!
Aproveitem o inverno na Flórida e festejem muito debaixo das cobertas.

RECADO PARA O PESSOAL DO RIO


Olá Amigos,

Mais uma vez venho lhes pedir socorro por um animal.

Batoré foi resgatado por uma protetora de Botafogo, que infelizmente, superlotada, teve que mantê-lo em uma Veterinária até ter condições de castra-lo. Em sua casa já existem outros animais e Batoré não pode ficar lá.

Ele apareceu machucado próximo a sua casa e a história que contam é que andava com uns meninos de rua. Segundo consta batinham nele quando estavam cheirados. Mesmo assim Batoré lhes acompanhava pelo bairro. Até que ele perdeu os meninos de vista, ou simplesmente esqueceram dele. Foi então que alguém decidiu chamar esta senhora que o acolheu, levando-o para uma vet.

Batoré chegou à vet muito fraco e só pode ser castrado após duas semanas de cuidados. Agora está lépido e fagueirro, cheio de amor para dar, e precisa muito de novos donos, que o amem de verdade.

Ele tem pequeno porte e é bastante tranquilo. Ótima companhia para quem mora em apartamento e não tem espaço para um Labrador.

VIRA-LATA É TUDO DE BOM. ADOTE BATORÉ !!!

Divulguem por favor !!!

Beijokas,

Bianca de Lena
(21) 9192-4824 / 9264-0733

quinta-feira, janeiro 25

BEIJO

QUASE...

CURIOSIDADES - ESTATÍSTICAS

CURIOSIDADES - ESTATÍSTICAS DO BLOG

AS ÚLTIMAS 100 FRASES UTILIZADAS NOS SITES DE BUSCAS:

1. tatuagem de gatinho 9 2,97%
2. anjos de prata 5 1,65%
3. PRESENTINHOS 5 1,65%
4. 4 1,32%
5. cansa sentir quando se pensa 3 0,99%
6. rel%C3%B3gio 3 0,99%
7. relogio 3 0,99%
8. sapato apertado 3 0,99%
9. versinhos lindos 3 0,99%
10. VIVER EM PORTO SEGURO 3 0,99%
11. filme Dio como ti amo 2 0,66%
12. homem dormindo 2 0,66%
13. imagem de anjas 2 0,66%
14. imagens de anjas 2 0,66%
15. macho famoso 2 0,66%
16. morcego macho e morcego femea 2 0,66%
17. sempre que quiser ir as estrelas me de a mão 2 0,66%
18. skyline pigeon midi 2 0,66%
19. tatuagens de gatinho 2 0,66%
20. vivianne pasmanter 2 0,66%
21. É Isso Aí (The Blower's Daughter) acorde 1 0,33%
22. é isso ai.... não consigo parar de te ol 1 0,33%
23. " ouvir mantras" 1 0,33%
24. "nome" 1 0,33%
25. "ana carolina" adoro pensar em voce 1 0,33%
26. "aux champs-elysees" traduzir 1 0,33%
27. "beija flor""alimentar" 1 0,33%
28. "blowing in the wind"; traduçã 1 0,33%
29. "cantando a canção tão feliz q 1 0,33%
30. "Como é bom gostar de você" 1 0,33%
31. "decoração anos 60" 1 0,33%
32. "decoração anos 60' 1 0,33%
33. "e tudo se foi" 1 0,33%
34. "eu levo a vida cantando" o mundo dá 1 0,33%
35. "feliz ano novo" quenya 1 0,33%
36. "IMAGENS QUE FALAM" 1 0,33%
37. "letras dispersas" janeiro 1 0,33%
38. "marcos patriota" 1 0,33%
39. "MIL LUAS" 1 0,33%
40. "pé na jaca" "Barra Bonita&quo 1 0,33%
41. "roberto carlos" testemunha jeová 1 0,33%
42. "tá com pulga na cueca" 1 0,33%
43. "Tá com pulga na cueca, já vi, vou 1 0,33%
44. "Um cheirando o outro" 1 0,33%
45. 'como cultivar nelumbo' 1 0,33%
46. (viver em porto seguro) 1 0,33%
47. ``VII antologia anjos de prata`` 1 0,33%
48. abobora japonesa 1 0,33%
49. alimentação artificial para beija-flor 1 0,33%
50. alimentando beija flor 1 0,33%
51. alimentando beija-flor 1 0,33%
52. ALIMENTANDO PASSAROS 1 0,33%
53. alimentando um beija flor 1 0,33%
54. alimentar beija flor 1 0,33%
55. alimentar beija-flor 1 0,33%
56. alimentar um beija-flor 1 0,33%
57. amar sem ser amado é tao ruim 1 0,33%
58. amigos eternos 1 0,33%
59. and baby I try to forget you with the light in you 1 0,33%
60. anjos da noite template 1 0,33%
61. ano da música Skyline Pigeon 1 0,33%
62. ANTOLOGIA DOS ANJOS DE PRATA 1 0,33%
63. apostila para renovação de carteira de m 1 0,33%
64. ave maritaca 1 0,33%
65. aves da familia das maritacas 1 0,33%
66. Barbosa salto de avanhandava 1 0,33%
67. Bauru concurso literário poesia "Má 1 0,33%
68. baus encantados 1 0,33%
69. beatles e traduçoes 1 0,33%
70. beija-flores espécies de beija-flores" 1 0,33%
71. Benvinda Palma 1 0,33%
72. bico maritaca 1 0,33%
73. blog "o tempo e eu 1 0,33%
74. blog enfeitar o 1 0,33%
75. Blogger Anibal Beca 1 0,33%
76. blogspot sara luna 1 0,33%
77. Blowers daughter clip musica 1 0,33%
78. blowing in the wind bob dylan tradução 1 0,33%
79. boia de cabo de vassoura pesca 1 0,33%
80. bromelias beija-flores 1 0,33%
81. cade o filme da cicareli 1 0,33%
82. caixa para transportar cães de pequeno porte 1 0,33%
83. calendario seicho-no-ie 1 0,33%
84. cameras escondidas nos consutorios medicos 1 0,33%
85. Caminhante, não ha caminho, o caminho é 1 0,33%
86. cartoes para bodas de ouro para imprimir 1 0,33%
87. casulo de morcego 1 0,33%
88. cata de amor 1 0,33%
89. catavento poesia 1 0,33%
90. causas do desaparecimento dos morcegos 1 0,33%
91. celosia- cio cancion roberto carlos 1 0,33%
92. Celso Pestana 1 0,33%
93. cestinha de croche 1 0,33%
94. charutaço 1 0,33%
95. Cicareli 1 0,33%
96. cicareli dando gostosinho no mar 1 0,33%
97. cicarelli censura 1 0,33%
98. circo pegou fogo 1 0,33%
99. cissy houston tradução da musica be my b 1 0,33%
100.The Rest


OS PAÍSES QUE VISITARAM O BLOG NOS ÚLTIMOS 30 DIAS:

1. Brazil 1.513 86,46%
2. United States 76 4,34%
3. Portugal 51 2,91%
4. Switzerland 33 1,89%
5. Uruguay 26 1,49%
6. United Kingdom 11 0,63%
7. Argentina 5 0,29%
8. China 4 0,23%
9. Italy 4 0,23%
10. Netherlands 3 0,17%
11. Peru 3 0,17%
12. Norway 2 0,11%
13. Spain 2 0,11%
14. Japan 2 0,11%
15. Korea (South) 1 0,06%
16. Nicaragua 1 0,06%
17. France 1 0,06%
18. Israel 1 0,06%
19. Germany 1 0,06%
20. Chile 1 0,06%
21. Austria 1 0,06%
22. Australia 1 0,06%
23. Belgium 1 0,06%
24. Other 1 0,06%
25. Venezuela 1 0,06%
26. South Africa 1 0,06%
27. Russian Federation 1 0,06%
28. Sweden 1 0,06%
29. Taiwan 1 0,06%


OS 100 SITES REFERÊNCIAS (que mandaram visitantes para o Blog)
NOS ÚLTIMOS 30 dias.


1. bookmark 290 27,20%
2. http://www.google.com.br/search 224 21,01%
3. http://www.orkut.com/UniversalSearch.aspx 74 6,94%
4. http://www.orkut.com/Scrapbook.aspx 70 6,57%
5. http://www.orkut.com/Profile.aspx 66 6,19%
6. http://www.parlamarieta.blogspot.com 41 3,85%
7. http://www.panoramaaraguari.blogspot.com 38 3,56%
8. http://www.blogger.com/publish-body.g 23 2,16%
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10. http://www.google.pt/search 17 1,59%
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35. http://www.orkut.com/Community.aspx 2 0,19%
36. http://mail5.uol.com.br/cgi-bin/webmail.exe 2 0,19%
37. http://br.f317.mail.yahoo.com/ym/ShowLetter 2 0,19%
38. http://encantandotempo.blogspot.com/2007/01/ode... 1 0,09%
39. http://fmail6.uol.com.br/cgi-bin/webmail.exe 1 0,09%
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44. http://mail6.uol.com.br/cgi-bin/webmail.exe 1 0,09%
45. http://mail4.uol.com.br/cgi-bin/webmail.exe 1 0,09%
46. http://viagemfotos.blogspot.com 1 0,09%
47. http://elcuadernodepepeblanco.blogspot.com 1 0,09%
48. http://liafalcao.blogspot.com/2007/01/da-janela... 1 0,09%
49. http://encantandotempo.blogspot.com/2007/01/ach... 1 0,09%
50. http://br.answers.yahoo.com/search/search_resul... 1 0,09%
51. http://panoramaaraguari.blogspot.com/2005_11_01... 1 0,09%
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quarta-feira, janeiro 24

SUMIÇO!


Pessoal!
Ando um tiquinho quietinha aqui no meu canto por vários motivos.
O principal deles é que tem um montão de concursos vencendo agora em janeiro e resolvi participar deles, então estou aqui revisando textos, imprimindo, envelopando e enviando.
Torçam por mim!
No mais, é janeiro, mês de férias, dá aquela preguicinha boa. Soninho a tarde ou então passeio para ver vitrines, ou ainda um banho de chuva como o que eu tomei agora a tarde, uma tempestade deliciosa (sem raios e trovões, claro ).
Depois um banho gostoso e fritei umas pancetas maravilhosas...
Aos poucos vou voltando ao rítmo.
Beijos para todos!

terça-feira, janeiro 23

EL DIA QUE ME QUIERAS


EL DIA QUE ME QUIERAS
Música de Alfredo Le Pera e Carlos Gardel
Gravado em 1935

Acaricia mi ensueño
Enleva meu sonho

el suave murmullo
o suave murmúrio

de tu suspirar.
de teu suspirar.

Como rie la vida
Como ri a vida

si tus ojos negros
se teus olhos negros

me quieren mirar.
me querem olhar.

Y si es mio el amparo
E se é meu o amparo

de tu risa leve
de teu riso leve

que es como un cantar,
que é como um cantar,

ella aquieta mi herida,
ele aquieta minha ferida,

todo, todo se olvida.
tudo, tudo se esquece.


El día que me quieras
No dia que me queiras

la rosa que engalana,
a rosa que enfeita,

se vestirá de fiesta
se vestirá de festa

con su mejor color.
com sua melhor cor.

Y al viento las campanas
E ao vento os sinos

dirán que ya eres mía,
dirão que já és minha,

y locas las fontanas
e loucas as notícias

se contaran su amor.
contarão seu amor.


La noche que me quieras
A noite que me queiras

desde el azul del cielo,
desde o azul do céu,

las estrellas celosas
as estrelas ciumentas

nos mirarán pasar.
nos olharão passar.

Y un rayo misterioso
E um raio misterioso

hara nido en tu pelo,
fará ninho em teus cabelos,

luciernagas curiosas que veran
vagalumes curiosos que verão

que eres mi consuelo.
que és meu consolo.


El día que me quieras
No dia que me queiras

no habra más que armonía.
não haverá mais que harmonia.

Será clara la aurora
Será clara a aurora

y alegre el manantial.
e alegre o manancial.

Traerá quieta la brisa
Trará quieta a brisa

rumor de melodía.
rumor de melodia.

Y nos daran las fuentes
E nos darão as fontes

su canto de cristal.
seu canto de cristal.


El día que me quieras
No dia que me queiras

endulzara sus cuerdas
adoçará suas cordas

el pajaro cantor.
o pássaro cantor.

Florecerá la vida
Florescerá a vida,

no existira el dolor.
não existirá a dor.


La noche que me quieras
Na noite que me queiras

desde el azul del cielo,
desde o azul do céu,

las estrellas celosas
as estrelas ciumentas

nos mirarán pasar.
nos olharão passar.

Y un rayo misterioso
E um raio misterioso

hara nido en tu pelo,
fará ninho em teus cabelos,

luciernagas curiosas que veran
vagalumes curiosos que verão

que eres mi consuelo.
que és meu consolo.

segunda-feira, janeiro 22

CADA UM DORME COMO QUER VI



A pequenina da casa dorme como um bebê.
É Luna Little que já está 100% após ser acolhida aqui em casa, chegou debilitada e em carne viva por causa da sarna, talvez por isso o dono a tenha jogado fora, como quem joga uma comida estragada ou uma flor murcha.
Ela é feliz e extremamente carinhosa.
O Little do nome é em homenagem a sua madrinha, Marieta, que percebeu a semelhança dela com o Tom (do Tom e Jerry).

domingo, janeiro 21

NÓIS DEVIA ESTAR NO BIG BROTHER


Recebi um e-mail, em resposta a um meu, de uma grande amiga-irmã em 10/01:

"hahahahahahaha
nóis tá tudo fudida e nóis é engraçada.
nóis dá risada.
nóis devia estar no big brother."

Ela tem toda razão, a gente acaba achando graça em tudo, antes assim do que só ver desgraça.

Duvido que alguém adivinhe a autora da frase...kkkkkkkkkkkk

TUDO OU NADA


TUDO OU NADA
Vera Vilela

Sou a água para o momento de sede
O resto de comida dada ao pedinte
O analgésico para a dor de cabeça
A mão na hora da queda
O latido do cão na hora do assalto
A faca afiada para o churrasco
A lanterna na escuridão
O médico na doença
O vento no calor
A calmaria na tempestade
A chuva na seca

Sou tudo isso, e não sou nada
Vivo escondida no fundo do armário
Esperando meu momento

Queria ser apenas:
O ar que se respira
A água do rio
As ondas do mar
O Sol que aquece
A boca que fala
Os olhos que enxergam
A roupa que veste
O alimento que sustenta
A língua que saboreia
O amor necessário

Aí sim, seria algo
Estaria sempre presente
Seria tudo, seria... seria!

sábado, janeiro 20

SEMANA POÉTICA DOS AMIGOS


Obrigada a todos os amigos poetas que cederam seus poemas/textos para a Semana Poética, meu Encantando brilhou muito com a presença de todos vocês!
Fico lisonjeada em poder contar com amigos tão brilhantes.
Foi um grande SUCESSO! Parabéns a todos!

CURTAS - CLARICE LISPECTOR


CURTAS - CLARICE LISPECTOR


***

Saudade

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

***

Talvez assim seja


Por outro lado, estou hoje um pouco cansada e é sobre o prazer do cansaço dolorido que vou falar. Todo prazer intenso toca no limiar da dor. Isso é bom. O sono, quando vem, é como um leve desmaio, um desmaio de amor.
Morrer deve ser assim: por algum motivo estar-se tão cansado que só o sono da morte compensa. Morrer às vezes parece um egoísmo. Mas quem morre às vezes precisa muito.
Será que morrer é o último prazer terreno?

***

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: Quero é uma verdade inventada.

DISTÂNCIA


DISTÂNCIA
Cecília Meireles
(Brasil, 1901-1964)

Quando o sol ia acabando
e as águas mal se moviam,
tudo que era meu chorava
da mesma melancolia.
Outras lágrimas nasceram
com o nascimento do dia:
só de noite esteve sêco
meu rosto sem alegria.
(Talvez o sol que acabara
e as águas que se perdiam
transportassem minha sombra
para a sua companhia...)
Oh!
mas nem no sol nem nas águas
os teus olhos a veriam...
- que andam longe, irmãos da lua,
muito clara e muito fria...

BELEZA

sexta-feira, janeiro 19

CONSTATAÇÃO

imagem Marcio Melo

CONSTATAÇÃO
(inédito)
Carvalho de Azevedo

Desrespeitou
Meu leito
E se tinha
Defeito
Não sei
Era quase
Perfeito,
De rosto.
Seu corpo
Malfeito,
Suspeito
Ser seu
Único
Defeito.
No seu
Peito
Entretanto
Me ajeito.
Ávida
Apenas tiro
Proveito
Do seu jeito
Que rejeito.
Afinal
O amor
Não é
Perfeito.
Nem
Eu.

VÔO



VÔO
Sheila Pavanelli

Folhas balançam
contra o vento das horas
vibra vivo o pensamento
até a flor da primavera

Desenho na janela pequenina
desafiando séculos
e fios elétricos
o vôo dos pássaros

As aves brincam livres
em bandos
barulhentos

trespassam o tempo
a melodia do vento
doce e quente

livre a vida passa

na ponta do lápis
te desenho,
vôo


BLOG DA SHEILA

quinta-feira, janeiro 18

DIA DE FESTA - LANÇAMENTO!

FESTEJANDO!

Hoje é um dia muito especial para mim, um dia que com certeza lembrarei para o resto de minha vida.

Está sendo lançado hoje o livro digital SACIEDADE DOS POETAS VIVOS – VOLUME III – TEMÁTICA CORPOS pela BLOCOS ON LINE, através de Leila Míccolis e Urhacy Faustino.

São 17 autores com 6 poesias escolhidas sobre o tema CORPOS.

O lançamento é feito hoje mundialmente através do site Blocos Online que conta com quase 2 milhões de Page Views mensais e acesso de mais de 70 países.

Não fosse apenas a alegria pelo lançamento em si ainda tenho a honra de contar no mesmo volume com dois nomes ilustres da literatura brasileira:
AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA E GILBERTO MENDONÇA TELES.

Junto a esse volume está sendo lançado também o volume II TEMÁTICA MEMÓRIAS.

Convido a todos os leitores do Encantando a lerem esta magnífica antologia.


FUSÃO

FUSÃO
Leila Miccolis

Porque eu era uma mulher
Que rápido as lições aprendia,
passei a ser mais escorregadia
do que casca de banana.
E nesta ginkana
Temos nos dados tão bem,
Que agora nem sei mais quem usa quem.

Do livro Em Perfeito Mau Estado, Ed Achiamé Ltda - 1987

Mais Leila Miccolis

Blocos Online
Site de Leila Miccolis

24 DE FEVEREIRO

24 DE FEVEREIRO
Flávio Machado


a manhã me presenteia
com os reflexos amarelos
boiando sobre a Guanabara

somente um louco
ou um idiota não se comoveria
com as ondulações luminosas

(as ilhas
o porto
os automóveis arrumados no pátio
contêineres
caixas de aço
os prédios espiando
por trás da fina neblina)

estou calmo
acabo de reler o livro de Ferreira Gullar
descubro que preciso
ler o poema sujo
descubro também algumas bóias de sinalização
paralelas a ponte que atravesso

talvez exista alguma felicidade
no fato de estar vivo
admirar a manhã
esquecer fracassos e concessões
me transformar em algum personagem
alguém que não conheço
mas parece tão íntimo
que ouso considerar como amigo

agora o Sol esgrima
com a torre da igreja
das águas escondidas.

LAMENTO


LAMENTO
Benvinda Palma


Longe, ecoa
o melancólico
canto da cigarra.
Quero cantar...
Quero voar...
Vida vadia...Voa!
Libertar-me das amarras...
Do medo
De te amar...
Levar meu canto
Para outro canto,
Encontrar ali a luz...
O brilho do teu olhar.
Mas as penas pesam
Encharcadas pelo pranto...
As pernas exauridas
Minhas asas a(morte)cidas
E esta dor lancinante
Que me mata a todo instante
Me impedem de voar...
Volto para meu frio ninho
Sem calor e sem carinho
Vou morrer sem te amar!

Blog da Benvinda

"ODEUR À NUIT"

"Odeur à Nuit"
(Hálito na noite)

©Thaty Marcondes

Os hálitos noturnos choram a falta de teu sangue.
Uma colher transpira a saudade de teus lábios,
desejando-os entre os dentes: deleites de mel e fel,
numa rima batida, puta absoluta do joguete dos amantes.

Afinal, o poeta é maldito,
ou malditos são seus frutos?

Mordo o cálice de vidro barato
tentando sorver o vinho impregnado,
vinagre ácido apodrecido;
minha língua putrefata
derrete-se em moléculas esparsas.
Nem um grito, nem um ai,
de meu peito apertado escapa.
Levanto a túnica de falso brilho,
vou de encontro aos falsários.
Os cafajestes, os solitários,
as musas travestidas de vestais,
seguem falsas pistas buscando o Cálice.

Os hálitos noturnos seguem em busca do teu sangue,
amante maldito que me furta a alma,
arrebenta minhas entranhas,
enfia a adaga em minha carne.

Os hálitos noturnos caem bêbados pela noite,
escorrem na calçada.
E eu, atônita,
em pé, no meio da sala,
bebendo água.


MAIS THATY MARCONDES EM:

A Flor da Pele

Litterapura

Blocos Online

Anjos de Prata

Creative Commons License

Esta obra está licenciada sob uma
Licença Creative Commons.

A ARTE DO ESQUECIMENTO


A ARTE DO ESQUECIMENTO
Marco Britto

Eu proponho esquecermos juntos
de tudo que juntos
falamos,
de tudo que junto
a te, eu disse.

Esqueças tudo que ouviste
enquanto prometo esquecer
tudo que te falei.

Trata-me como quem partiste.

Esqueças das palavras bonitas,
dos sonhos das noites indormidas.


MAIS MARCO BRITTO

quarta-feira, janeiro 17

AMAR E SER AMADO - CASTRO ALVES


AMAR E SER AMADO
Castro Alves


Amar e ser amado! Com que anelo
Com quanto ardor este adorado sonho
Acalentei em meu delírio ardente
Por essas doces noites de desvelo!
Ser amado por ti, o teu alento
A bafejar-me a abrasadora frente!
Em teus olhos mirar meu pensamento,
Sentir em mim tu’alma, ter só vida
P’ra tão puro e celeste sentimento:
Ver nossas vidas quais dois mansos rios,
Juntos, juntos perderem-se no oceano —,
Beijar teus dedos em delírio insano
Nossas almas unidas, nosso alento,
Confundido também, amante — amado —
Como um anjo feliz... que pensamento!?

BILHETE DE QUINTANA


"BILHETE"

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve
ainda...

Mário Quintana

A PALO SECO


A PALO SECO
Lia Abreu Falcão


De repente, ela constatou que atravessara muitos dezembros sozinha e cansara de viver a gostos. Meneou a cabeça e disse não.

Ele, aos pigarros, recompunha-se. Engraçado, ela parecia outra pessoa sem avental.

Cadê esse almoço? Panela no chão.

Pra quê a mala? Pra quê batom? Que roupa é essa? Pra quê a rosa?

"De tudo ao meu amor serei atento". Verso pra quê? Cadê essa janta?

Porta afora. Silêncios.

À meia-luz, sob a lua em forma de dê maiúsculo, ela vestiu-se de poemas e encantou-se pela vida, toda prosa.

DIA DE AMAR


DIA DE AMAR
Vera Vilela

Hoje é dia de amar
Ele me disse pra esperar
Vou tomar um banho demorado
Enfeitar-me toda, me preparar
Ele disse que hoje virá
Como sempre, todo sábado
Na mesma hora, no mesmo canal
Hoje vamos nos esbaldar!

Uma semana de espera
Não importam os problemas
As angústias e choros contidos
O importante é que hoje é sábado
E hoje nós vamos nos amar
Se fui ao fundo do poço
Se a vida se tornou um enrosco...
Esquece, hoje é dia de amar!

Nada de cobranças,
Sem reclamações, sejamos rápidos
O pouco tempo que temos é para amar
Nosso lindo amor, cheio de ternura
Dura alguns minutos, nada de papo
Amor de contos de fadas
Mas, sem príncipes, sem princesas
Apenas na garganta: sapos!

Esquece! Hoje é dia de amar!

22/08/2004 - 12:05h pm

O TEMPO E EU...


« O TEMPO E EU... »
Sylvia Cohin

O Tempo passou correndo
nem disse pra onde ia,
mas um dia inda desvendo
pra que tanta correria...

Só dei por meu desalento
quando ouvi o Amor aflito
e meu tempo desatento,
despertou com o seu grito...

O Tempo agora pergunta
a razão do meu correr
e esta pressa conjunta,
anima o Tempo a Viver...

E do Tempo levo os traços
gravados num pergaminho.
O Tempo vive em meus passos
que ecoam pelo caminho...

SYLVIA COHIN
Porto, 24.10.2006

CORAÇÃO DE POETA


CORAÇÃO DE POETA
Ly Sabas

Coração de poeta
é verdadeiro bordel.
Qualquer um entra
dança
sapateia
faz escárnio
picadinho
mofa
cospe
passa o pé
sai batendo a porta.
Coração de poeta
é terra violentada
pela fúria
do amor
aniquilada.
Coração de poeta
clama por caridade
apoio
ajuda
carinho
consolo
piedade.
Coração de poeta
feito náufrago
em ópera trágica
segue em busca
do farol
que o norteie
e transforme
toda dor
em luz
com sua mágica.

Quer ler mais Ly Sabas?

ESTRELAS

segunda-feira, janeiro 15

A VIDA NUMA CASCA DE NOZ


A VIDA NUMA CASCA DE NOZ
Ray Silveira


Nossos corpos são pedaços de estrelas:
Quantos dos nossos ossos
Teriam sido formados por Andrômeda?
Quanto do nosso cérebro teria
Os mesmos átomos
Dos outros astros desta Galáxia?
Trago na alma, concentrados,
(Tais quais numa estrela de nêutrons),
Todos os núcleos da tristeza.
Trago no peito sobressaltado
As cargas elétricas de um quasar,
A emitir radiações pulsáteis;
Amargas, angustiadas,
Somente perceptíveis
Pelo telescópio invisível da solidão.
Explosões de super-novas se sucedem
A cada momento que passa,
No meu coração ardente
De terror e de paixão.
Para povoar o meu futuro virtual
Há somente uma anã branca implodida;
E nenhuma réstia de luz escapou
Deste buraco negro que é a vida.

Mais um amigo que vem enfeitar o blog, obrigada Sil!